A arquitetura não é só um instrumento que leva beleza e funcionalidade aos ambientes. Ela também se conecta às pessoas e busca servir ao que o espaço precisa naquele momento. Você já ouviu o termo “arquitetura pandêmica”?  Ela busca se adaptar às novas necessidades das pessoas após uma pandemia, trazendo mais qualidade de vida e promovendo a saúde.

Neste artigo, você vai poder conhecer um pouco mais a fundo sobre como a arquitetura moderna se adapta à favor da saúde das pessoas e passa a ser uma colaboradora efetiva do bem-estar da sociedade.

História da arquitetura adaptada aos cenários de saúde no mundo

Entre os séculos 19 e 20, um surto de tuberculose assustou e atingiu muitas pessoas, tendo inúmeras vítimas fatais. Porém, até que se compreendesse de fato o que era a doença e como ela se propagava – o que podia acontecer em móveis, cortinas com tecidos pesados, ambientes com pouca circulação de ar e baixa luminosidade – as pessoas buscaram refúgios em lugares mais abertos e com ar mais puro.

Após a descoberta de que a tuberculose era causada por uma bactéria e que ela poderia se instalar nos ambientes, a arquitetura entra como uma ajuda importante no impedimento da propagação da doença.

Foi então que em países como Holanda e França surgiram conceitos importantes que ajudaram a manter o ambiente mais saudável. Chamadas de open air schools, na tradução, escolas ao ar livre, esses locais contavam com janelas abertas e paredes dobráveis, que favoreciam uma grande circulação de ar.

E assim seguiram a maioria dos espaços fechados após a descoberta do que era a tuberculose. Hospitais e outros espaços começaram a ser construídos com grandes janelas e pé direito duplo para facilitar a circulação. Ou seja, a arquitetura foi toda modificada em decorrência de uma necessidade do ser humano.

Com isso, chegaram também os espaços mais claros, fáceis de limpar, com poucos móveis e foram incorporados terraços para que as pessoas pudessem aproveitar o sol.

Arquitetura moderna e pandemia

Depois de muitos anos, o mundo enfrentou outra pandemia que fechou fronteiras e fez com que as pessoas ficassem dentro de casa, modificando de certa forma a estrutura tanto de trabalho como de modo de vida.

Por isso, a arquitetura tem uma tendência a se adaptar novamente ao longo dos anos, sendo que já é possível perceber algumas mudanças que já ocorreram. Hoje, os espaços pedem ainda mais circulação de ar, mais amplitude, priorizando sempre a ventilação natural.

Algumas adaptações já foram feitas, como mais locais para higienização das mãos e espaçamento entre móveis e mesas em locais públicos e empresas.

No futuro, tendo em vista a manutenção do home office, ao menos em alguns dias da semana, as construções tendem a definir ainda um espaço específico para trabalho dentro de casa e, como já acontece atualmente, um lugar reservado nos condomínios de coworking pode ficar ainda mais frequente.

Ser instrumento de bem-estar e funcionalidade é a principal veia da arquitetura. É com base nesse conceito que se constroem locais que além de estéticamente atrativos, promovem a saúde e se adaptam às necessidades das pessoas. Com isso, é possível entender que a volta à preocupação com a construção desses espaços amplos, ventilados e iluminados é um tipo de resgate da Arquitetura Moderna, que tem tais princípios como características.

E assim como a arquitetura dos locais, as cidades e bairros também podem contar com um planejamento para oferecerem mais qualidade de vida aos seus moradores. Veja aqui como o plano diretor influencia na construção dos imóveis.